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Mostrando postagens de julho, 2010

Comer Rezar Amar

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Elizabeth Gilbert Tradução: Fernanda Abreu Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 Relato de uma busca por si, contado de uma forma bastante intimista, parece até que estamos lendo uma carta longa de uma amiga descrevendo suas peripécias de viagens interiores e exteriores. Leve toque cômico, o que deixa a trágica angústia existencial boa de encarar. Acredito que todos passamos por esse dilema do que estamos fazendo com nossa vida, mas poucos capitalizam isso. Elizabeth capitalizou de todas as formas possíveis. Ela se superou, se reencontrou e ainda vendeu prá caramba! (a capa do livro informa mais de quatro milhões de exemplares vendidos). Gostei especialmente da parte da índia, me identifiquei com o conhecimento sobre Ioga que ela mostrou de uma forma bastante apurada. As idas e vindas de um processo de crescimento pessoal estão bem retratadas e as explicações sobre filosofia oriental, são muito coerentes. Três personagens me chamaram atenção: uma amiga (Susan), o americano no ash

Um grande professor

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O cinema, para mim, é uma dos maiores professores que conheço. Com ele aprendi sobre música, artes plásticas, poesia, literatura, geografia, história... Sem contar sobre relações humanas, as ideais e as reais. Lembro de mais coisas aprendidas através da telona do que da escola. Um exemplo marcante foi o filme Amadeus , foi ele que me apresentou Mozart e sua música alegre e dramática. Também vi a beleza dos quadros de Pollock , através do filme . Conheci muito sobre as dúvidas humanas com Woody Allen e claro, ri muito da gente também com ele! O que eu sei sobre a segunda guerra mundial, devo aos vários filmes que assisti sobre a época. Também sobre personalidades que fizeram história, Lutero, Cristóvão Colombo, reis e rainhas europeus e portugueses no Brasil (D Pedro I, Carlota Joaquina), a guerra de Canudos, mais recentemente Chico Xavier etc. Embora o cinema brasileiro ainda esteja iniciando a contar a história do Brasil. Sei que as informações dos filmes são fantasiosas e extrapolam

Nadismo - Uma revolução sem fazer nada

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Marcelo Bohrer Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2008 140p Livro interessante do consultor criativo Marcelo Bohrer, que depois de uma crise de burnout (quando o ser humano dá “tilt”) em 2003, precisou mudar o estilo de vida. Em 2005 criou o conceito de Nadismo (uma proposta de valorização dos momentos de fazer nada) e começou a realizar eventos do clube, uma técnica para se fazer nada sem se sentir culpado. O livro é fácil e rápido de ler, contém ideias simples e óbvias, portanto difíceis de ver, pois ás vezes o que está na cara a gente não presta atenção. Para mim esse rapaz criou de uma forma bem humorada, uma desculpa para os ocidentais capitalistas culpados, descansarem sem compromisso no que os italianos chamam de “Dolce far niente”. E o melhor, como diz o próprio autor, o nadismo é um “conceito para ser praticado”. No meio da leitura já somos convidados a praticar, aos poucos, primeiro um minuto, depois cinco minutos. Então ele incentiva leitor, o tempo todo, a dedicar algum momento

Vida

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Eu sempre penso que essa palavra significa tudo que se movimenta e cria, e é a única coisa indestrutível que conheço, pela sua capacidade de regeneração e transformação. É infinita e sem começo. É cíclica e eterna. Falamos muito dela, dizemos que a amamos e nos apegamos a ela. Também a xingamos, dizemos que é dura e a amaldiçoamos. Às vezes queremos deixá-la, mas só quando as coisas não vão do jeito que queremos. Outras vezes nos grudamos nela, gerando sofrimento, para a gente e para quem está perto. A vida não é individual, nossa existência não a resume. Ela é palco, nós os personagens. Nós variamos o palco permanece. E acolhe tudo, desde dramas até comédias pastelão. Passando pelo suspense e terror. É um mistério, não sabemos por que é só temos consciência que existimos... Será que existimos mesmo? Bom, mas não sabemos por que nem prá que. Vamos soltos por aí, apenas existindo e tentando loucamente arrumar sentido para tudo. Mas o fato é que o tempo de nossa existência é curto, não d

O Julgamento

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Arcano 20 “Transmutação, recomeço. Hora de dar nova ênfase à sua vida. Deixe velhos hábitos e permita que novos ventos soprem. Não se prenda a tradições ultrapassadas, abra–se para novas evoluções e tendências atuais.” Fonte: Tarô de Crowley – Palavras Chaves. Hajo Banzhaf O convite é para se dar novidades, buscar refrescar, sair do passado. Renascer. É hora de sair para luz e vê as coisas novas acontecendo. Às vezes ficamos cristalizando os outros, com palavras como: sempre, nunca, toda vez... Então este arcano convida você para verificar as mudanças, as conquistas, mesmo que elas sejam minúsculas. Também prenuncia um ótimo momento para quem quer começar a fazer modificações na vida. Assim como fazer colheita do que já plantou. Esta carta anuncia a lei do retorno também. Namasté! Leia também: Tudo novo de novo Se arrepender do que não fez Novidade

Deus não se explica

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De deus não se fala, a gente o sente, portanto para deus só há o silêncio da experiência. Poderíamos falar menos disso e experimentar mais isso. Os livros que falam disso deveriam ter páginas em branco e a mensagem seria: esvazie, sinta, experimente! Mas se você fica em silêncio, o que primeiro vem é o turbilhão. Na jornada a deus primeiro encontramos o demônio que é a confusão mental, as projeções, os mal entendidos, a dúvida, a incerteza e por fim a sensação de estar separado, abandonado, isolado, de fora. Não encontramos o silêncio de cara, inicialmente somos tragados pelo desconforto de nós mesmos. Um redemoinho de percepções distorcidas pela ilusão de sermos só matéria. Medo é o que vem. Contudo se insistirmos, se tivermos coragem de ir adiante, olhando, ouvindo, perdoando, então, no final, será o encontro com o silêncio, mas esse silêncio não é vazio, estéreo; é prenhe, repleto, potencial, criativo. Nele cabe tudo. Menos palavras... Palavras são pequenas e imprecisas, elas não dã

A Alma e a Matéria

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Carlinhos Brown, M. Monte e A. Antunes. Para a letra clique aqui Achei essa música interessante, pois fala de interligação de matéria e espírito, de espiritualidade e ciência. Repare que não é “ou”, é “e” , juntos, sem se excluírem, convivendo em harmonia e sendo. Também vejo as coisas assim: “Vem pra esse mundo, Deus quer nascer”. Deus é cotidiano vivido com inteireza, é a matéria vivendo, se movendo, modificando. E a ciência é apenas uma forma de ver tudo isso, uma maneira de apreender e modificar. É uma dança. “Há algo invisível e encantado entre eu e você” e isso não tem jeito de acabar, mesmo que desvendemos como recriar um big bang. Haverá um mistério a mais. O bom é “aproveitar pra ser matéria e viver” aproveitando tudo que essa experiência pode nos dar de prazeroso e doloroso. Existir é bom, mesmo quando dói, disso tiramos nosso conteúdo, nosso estofo, para saber aproveitar o bom quando ele vem. Acho que é isso que a música fala, de consistência da matéria e do espírito, ambos

Acelerado

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Observei que ultimamente estamos vivendo o mês que vem. Se estamos em Maio já pensamos em Junho, no São João. Em Novembro vislumbramos o natal de Dezembro, parece que é sempre um mês na frente, cinco minutos no relógio, duas semanas no planejamento. Estamos acelerando nossa ida ao cemitério, como quem come sem sentir o gosto. E eu me pergunto para que tanta pressa? O que realmente nos espera na linha de chegada, além da morte? Às vezes fico confusa. Ninguém deseja morrer, mas todos aceleram o viver. Só que nossa bandeirada final é o deixar de existir... Então para onde estamos correndo? O que tanto ansiamos alcançar com nossa pressa, nossa antecipação? Vivemos para o amanhã, para o mês que vem, para o próximo ano ou próximos 10 anos! Planejar é bom, alcançar metas pode se divertido, mas parece que nos fixamos nisso e deixamos de apreciar o processo. Quando recebo alguém no meu consultório as pessoas já querem se livrar de suas angústias no mesmo dia. Elas levaram, no mínimo, dez anos p