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Sobre Julgamento do mal

Nosso meio de raciocínio mais usado é o julgamento. Se prestarmos atenção em como pensamos, falamos e descrevemos as situações, iremos descobrir facilmente o quanto fazemos julgamentos. Temos a impressão que sabemos exatamente como a vida deve ser vivida, como as pessoas devem de comportar, o que é melhor fazer. Também somos afeitos a rotular, dizemos: preguiçoso, desleixado, gente ruim, maldoso e agora o famosos tóxico. Temos certeza que o outro fez ou deixou de fazer algo com o intuito de nos aborrecer e prejudicar, sim, porque todo o mal existe na figura que vive fora de mim. Em mim só existe bondade, justiça, equanimidade, honra, retidão. O mal do mundo é o outro. Eu sou o que recebe este mal injustamente, porque eu não fiz nada pra merecer isso. Sempre me comportei tão bem com a figura... Somos todos morais até a raiz do cabelo. O outro é o imoral, errado e ruim. Somos todos os mocinhos tiranizados pelo vilão "o outro". Tudo que eu faço é me defender. Esquecemos que

Sobre a raiva

Observando esta emoção  em mim e nas pessoas que me cercam percebi que geralmente sentimos raiva sob duas circunstâncias, quando somos frustrados e/ou quando nos percebemos sendo atacados.  A resposta raiva é automática e natural, no entanto aprendemos que se a temos nos tornamos pessoas más e desagradáveis, sob pena de perder o afeto e o respeito daqueles a quem somos ligados, portanto, nós a negamos ou a disfarçamos criando justificativas morais para estarmos com raiva, o famoso "eu tenho razão". A raiva é uma emoção protetora, se a conhecemos em nós podemos conduzi-la a nosso favor, usando a energia e direcionando a ação para o nosso bem e o bem dos outros. A sugestão é, percebeu a raiva, observe a fonte dela, foi uma frustração? Ou estou me sentindo atacado? Qualquer uma dessas motivações são ligadas ao ego e a nossa vaidade. Nos vemos sendo inferiorizados, menosprezados ou impedidos de realizar um desejo. E isso o ego não aguenta, ele reage com fúria.  Percebendo a emoçã

Sobre o Vazio

Pense que o vazio meditativo é como um útero que ainda não aloja um feto, mas é todo potencialidade. Dele pode surgir qualquer coisa. Mas não há julgamento sobre o que aparece, como aparece, quando deve aparecer... ou mesmo se vai aparecer. Ele é o campo de todas as potecialidades. Há um vazio de julgamento; bom ou ruim desaparece.  E o que fica é uma consciência de que tudo que acontece é acolhido, aceito e experienciado. Como um campo de aceitação.  Não há alegria ou tristeza, há um silencioso aceitar pacífico, que nem dá pra descrever com palavras. Aquilo que mais se aproxima é bem aventurança.  Um estado de confiança e entrega, de contemplação e paz, uma total ausência de medo, sobre qualquer coisa, pois tudo foi aceito, todas as experiências mundanas do corpo.  Então, paradoxalmente, é um vazio prenhe... rsrs Esta palavra, vazio, inclusive,  não representa a experiência de forma alguma. É que como não tem nada parecido quando estamos vendo pelo ego, esta se aproxima, pois é um est

Coração Partido...

Estava ouvindo uma música dos anos 80, Kayleigh, da banda Marillion, e no refrão ele diz algo assim: ... eu lamento muito, nunca quis lhe magoar, mas vc me magoou (So sorry, I never meant to break your heart But you broke mine). Pensei, porque nos magoamos com o comportamento do outro? E porque só queremos saber suas motivações no momento de nossa dor? Aí nos questionamos sobre as intenções e sentimentos do outro, a respeito da gente, pra ter feito ou deixado de fazer algo. Será que eu tinha valor pra ele?  Mas não investigamos sobre nós mesmos. Se a dor é em mim, o que, em mim, provocou isso?  Que expectativa não foi cumprida? Que necessidade não foi atendida? Que ilusão foi desfeita?  E, reparem, tudo isso tem mais a ver com a gente do que com o outro.  Este só está sendo quem ele pode ser naquele momento.  Coração partido tem mais a ver com nossas ilusões sobre a vida e sobre as competências de alguém do que com o que está fora de nós mesmo.  Da próxima vez que ficar de "Coraçã

Sobre perdão

O ressentimento é um resíduo tóxico que envenena nosso corpo e mente, drena nossa energia e empana a alegria de viver e se relacionar.  Ele é criado por um diálogo mental que nos diz que alguém ou mesmo a vida foi injusta conosco, que não merecíamos sermos tratado de tal maneira. Nos colocamos perigosamente na posição de vítimas.  Por um lado esta posição nos angaria simpatia e atenção, o que nos parece benéfico; por outro, nos tira o poder de mudar nossa situação. Não nos dá um verdadeiro ganho.  O remédio pra isso é o perdão. Perdão é soltar o ressentimento dentro da gente. É dissolver o diálogo interno que nos coloca como vítimas injustiçadas do comportamento alheio. Não é esquecer, fazer de conta que o outro não se comportou mal, fingir que não houve prejuízo.  É reconhecer que temos o poder de restaurar nossa vida. Que podemos reparar o prejuízo, e mais, podemos ficar mais inteligentes, fortes e melhores do que estávamos.  Perdão é saber que seja lá o que nos aconteça podemos nos

Uma maneira humana de falar

Tenho estudado um método de expressão chamado "Comunicação não violenta ", criado por um psicólogo americano chamado Marshall Rosenberg. Ele afirma que se treinarmos nos conectar com os sentimentos e necessidades nossos e dos outros, poderemos encontrar um caminho desobstruído para o entendimento e para que possamos realizar uma maravilhosa convivência. Ele introduz uma nova linguagem, a linguagem CNV, ou linguagem Girafa (pois este animal tem o maior coração dentre os seres vivos). Penso que vale o esforço aprender esta forma de comunicação.

Um lição duas saídas

Nos ensinaram que se o homem que nos interessa expressa desejo por outra mulher, ele está nos humilhando, porque está fazendo uma comparação e nos colocando em posição de inferioridade. Aprendemos isso e não questionamos, apenas acreditamos e respondemos como verdade absoluta. Sentimos esta verdade nas entranhas e simplesmente ficamos humilhadas. O que não percebemos é que com esta crença escolhemos, sem saber, dar o poder sobre nosso valor, à outra pessoa. Ao homem escolhido é dado o condão de dizer quem nós somos e qual é o nosso valor. Ele tem a faculdade de colocar uma nota em nós e isso se tornar uma arma que nos fere de morte. Quando na verdade todo o poderio está na nossa escolha do que acreditar. Está na nossa mão nos sentir bem ou mal conosco. Se pensarmos nisso podemos retirar o falso controle da mão dos outros e manifestar o real poder de saber nosso valor. Então que lembremos disso para reaver o real ponto de poder.