O Primeiro Ferimento





Tenho a teoria da dor amorosa inaugural. É quando no início de nossa vida amorosa nos sentimos traídos ou mal cuidados. Geralmente nos apaixonamos por volta dos 14 /15 anos e neste estágio não somos muito cuidadosos com os sentimentos dos outros, nem conseguimos segurar muito nossos impulsos. O resultado é que terminamos magoando e sendo magoados numa idade que  tudo é muito intenso e eternizado.

Carregamos essa ferida mal cicatrizada por décadas e vamos para outras relações amorosas com muito medo e desconfiados. Temos a nítida impressão que vai acontecer tudo de novo. Que vamos sentir dor. Então nos protegemos, fugindo de namoros ou mesmo nos envolvendo, porém com várias defesas, que nos distanciam de nossos sentimentos Às vezes ficamos agressivos e desleixados com o amor romântico. E vamos deixando rastros de desencontros vida a fora.

Temos dificuldade em acreditar no melhor porque as experiências, nossas e a dos outros, nos dizem que isso não dá certo, que todos ficam insatisfeitos e que em algum momento vamos sofrer. Existem dois mecanismos no nosso organismo, um que é pessimista e aposta no pior e outro esperançoso que imagina o melhor. O segundo nos empurra para o próximo relacionamento e o primeiro avisa-nos que é uma roubada; ficamos no meio de duas forças exageradas e ilusórias e terminamos cumprindo a profecia do amor doloroso.

Para acabar com isso é preciso assumir responsabilidade na construção de uma relação, saber escolher um parceiro acrescentando a inteligência e não só a paixão e se esforçar, por um tempo, para acertar as diferenças entre o par. Isso leva tempo, dedicação, maturidade, persistência (e não tem nenhuma garantia) coisa que não nos dizem que precisamos para amar.

Fugir só funciona no começo, depois leva à decepção. Descobrir isso é a função da busca por si mesmo, o autoconhecimento. Só quem teve coragem de olhar realmente para si pode quebrar o círculo vicioso do amor romântico. O caminho desse tipo de amor é trilhado por bravos e só eles conseguem o prêmio do final do caminho.


Namasté!

Comentários

  1. Lindo texto e temos que ter realmente responsabilidades nos nossos atos e até nos amores.Caminhar sem ninguém machucar, de preferência e não sermos machucados também! beijos,lindo fds!chica

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  2. Eu não tenho 14 nem 15 anos, tenho 16 e aconteceu isso comigo só agora, ainda bem que demorou um pouco. Eu acho que deve ser normal a gente achar que tudo sempre será falso, será ilusão. Acho que deve fazer parte da vida isso de se apaixonar e depois se sentir mal, e lalala... rs'
    http://mundrose.blogspot.com.br/

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  3. Nanda,

    Eu não trouxe na bagagem juvenil nenhuma dor de um primeiro amor mal resolvido. Sempre acreditei, até que o casamento, este sim, este mudou a minha maneira de sentir e confiar. Hoje sou super desconfiada, demoro muito a ceder ao carinho, amor, etc... não preciso contar muito, pois vc sabe.

    Beijos saudosos da amiga!

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  4. Essa idade são hormônios a mil e a descoberta do sentimento. Passei bem e acho que foi uma fase importante na minha vida. Bjs Cynthia

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  5. Nanda,

    Gosto da forma simples e sincera que você aborda os temas em seu blog. Noto que a humanidade sofre de uma complicação das coisas da vida e do mundo que já são um pouco complicadas por si próprias. Note como as pessoas falam de luz de revelações e coisas ocultas, quando sobre muitas coisas basta um simples olhar verdadeiro. continue cultivando sua visão simples e sincera sobre as questões do mundo.

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  6. Nanda, que bom te ler novamente! E com esse texto tão bacana!

    Confesso que andava bastante distante de tudo que me faz bem, inclusive do múltiplas! Essa é a primeira vez no ano que volto aqui... Mas já gostei e quero ler tudo! Quero tirar o atraso! rsrs

    Esse tema me fez refletir sobre o início da minha vida romântica. E nas várias interpretações equivocadas que fiz ao longo desses trinta e poucos anos! Estou trabalhando na reorganização desses experiências e em breve tudo ficará lindo!

    Um abraço bem apertado, minha pequena flor! Obrigada por tudo!

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