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Mostrando postagens de 2010

O perfeito erra?

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A continuação do tema anterior vem de uma pergunta feita por @ Marquesk num comentário do texto “ Será que nos amamos ?” Ele perguntou: “Quem é perfeito erra?” Acho que perguntou isso por que eu disse no texto que somos perfeitos, então ele deve ter pensado... Se somos perfeitos por que falhamos em nosso comportamento? Se nos basearmos no conceito estático de perfeição e na idéia de que errar não é bom, então minha afirmação de que somos perfeitos está equivocada mesmo. Porém se mudarmos o conceito de perfeição para algo que se movimenta e que aceita tudo inclusive o “erro”, então minha afirmação não parecerá absurda. Então vamos trabalhar com esses outros conceitos. Como já disse no texto anterior “Perfeição”, essa palavra, para mim, significa algo que se move segundo a segundo (ou menos) criando novas configurações que englobam tudo, incluindo aí o que chamamos erro, é o equilíbrio de elementos que resulta no que chamamos perfeição. E se você se lembra eu disse que a imper

O Monte Cinco

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Paulo Coelho São Paulo, SP: Gold editora Ltda 155p Neste livro Paulo Coelho, fala sobre infortúnios, aos quais ele dá o nome de “o inevitável”. Contando a história de Elias, personagem bíblico, ele nos dá uma idéia de como é ser arrebatado por algo trágico; mesmo sendo uma pessoa de fé. Elias era um profeta, guiado por deus, nada mais seguro, hein? Só que ele é orientado para um período de total escuridão e desarranjo, inclusive, num momento, ele até perde o privilégio de escutar anjos e o próprio deus. O que vemos é desespero e revolta, numa luta contra deus. E é exatamente este o ponto, todos, mais cedo ou mais tarde, brigamos com deus ou seja lá que nome damos a isso. Para podermos assumir responsabilidade por nossas vidas, para virarmos adultos, Freud também disse isso para Breuer no filme " Freud além da alma " “todos, um dia, devemos matar pai e mãe”, simbolicamente, é claro! Gostei muito do livro, principalmente, por que até a metade dele ficamos tão perdido

Perfeição

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Um dia desses no Twitter o @ Hugoffreire me perguntou o que eu achava que era perfeição. “O que é perfeição e imperfeição para você?” Respondi: Perfeição – é o equilíbrio harmônico de forças, ações e eventos. São doses balanceadas e encaixadas de tudo que existe. Imperfeição – é a falta desse balanço, dessa harmonia. Claro que eu não posso dizer que defini absolutamente esses dois conceitos... Mesmo meu ego dizendo que sim... Mas acho que é um bom ponto de partida. A perfeição não é estática, ela é móvel, não pode ser acabada, está sempre em transformação. Para mim é sempre uma questão de doses balanceadas de tudo o que há, formando uma configuração momento a momento. Uma perfeição não dura mais que um segundo, mas também é a soma de todos os segundo mutantes. O que chamamos de imperfeição é a sensação de falta de balanço, de harmonia, do conjunto encaixado. Nada nesta dimensão é parada, está tudo se movendo e mesmo a imperfeição é perfeita... Pois do desequilíbrio

O Segredo de Beethoven

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ver sinopse Este é um filme com alguns temas interessantes: como o tratamento dado às mulheres, (como elas eram vistas, o que se esperava delas, o que eram proibidas de sonhar, o relacionamento de “amor” dominador) ou a  relação do tio Beethoven e seu sobrinho, são exemplos de bons temas para falar. Mas decidi abordar um terceiro assunto aqui: A comunicação com deus. Em vários pontos o compositor explica como se dá essa troca. Beethoven ouvia deus e expressava-o através de sua música. Mas achava que só aos músicos era dado esse presente... Na verdade a música é algo sublime mesmo, nos eleva e nos muda a vibração. Contudo, expressar deus não é feito só através dela. Em contato com deus, todas as nossas ações se tornam sagradas, até comprar pão, na padaria da esquina. Na vibração divina, tudo que nós fazemos é expressão de deus. Afinal essa energia utiliza corpos humanos para se expressar. E ela consegue fazer isso bem feito quando esses corpos se tornam conscientes disso. Aprendam

Nós não amamos

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Agora apresento a você Martinha, uma amiga de quando não existia e-mail e conversávamos por carta! Ela deixou um comentário no texto “ Esquecer uma paixão ” com a seguinte sugestão. “nós não amamos” Nossa! Isso dá pano para mangas! Ninguém gosta de achar que não ama... Mas acredito que seja verdade. Primeiro, antes de você me linchar, quero explicar o que entendo sobre isso. Porquê afirmo que não amamos? Bom, essa é uma forma simplificada para apontar uma ineficiência em nossa expressão afetiva, a maioria de nós passa o amor pelo filtro do ego e é isso que estraga tudo. Primeiro o amor é uma força de ação, se for pura ela leva à empatia, generosidade, desapego, liberdade, compreensão, não julgamento e principalmente ao não pré julgamento, gentileza, alegria, positividade, confiança e por aí vai. Esse é o comportamento de uma pessoa vivendo amor. Então porque não vemos isso nas pessoas que se dizem amando? Na maioria vemos apego, tristeza, julgamento e pré julgamento, aprisio

O que é budismo

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Antônio Carlos Rocha Coleção Primeiros Passos São Paulo: Brasiliense, 2000 73p Adoro essa coleção da Brasiliense. E gostei muito desta edição, que diz “Budismo é uma palavra oriental para designar o conjunto de práticas, prédicas e vivências dos ensinamentos de Siddharta Gotama, o Buda” Ele fala dos caminhos percorridos ao longo de dois mil e quinhentos anos, a diferença entre essa e as outras religiões. O caráter social e político dos discursos de Siddharta, as quatro classes de felicidade, a história do budismo que teve início por volta de 523 a.C., a vida e morte do príncipe que virou asceta e depois iluminou, os desdobramentos do budismo (como o Zen), as quatro nobres verdades, ausência de dogmas, a não existência da alma, o enfoque na meditação (pura atenção) e para finalizar uma lista de livros para continuar numa investigação mais profunda. Penso que saí da leitura conhecendo um pouco melhor essa fascinante orientação. Descobri até que quem trouxe as ideias de budismo par

Amor Platônico

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A Fernanda Medeiros, assídua colaboradora do Múltipals, fez uma sugestão de tema num comentário do texto “Esquecer uma paixão”: “Amor platônico, existe mesmo?” Pensei... Quem sou eu para responder se algo existe ou não?... Mas assim mesmo me afoitei. O amor platônico, diz o pensamento comum, é aquele que não se consuma sexualmente, é um amor admiração, distante, reverente. Posso dizer que eu já senti isso, principalmente na adolescência, quando não me achava essas coisas todas, então eu “amava” à distância (segura). Também posso dizer que acredito nessa expressão amorosa. E mais, acho que pode ser um bom treino, antes de adentrarmos nas agruras amorosas. Sabe quando um surfista treina o uso da prancha na areia? Isso! São as primeiras braçadas no mar, melhor, no oceano amoroso. Todavia tive esse tipo de admiração distante até perto dos vinte e cinco anos de idades, nesta época ainda tinha dúvidas sobre o meu poder de atração. Então eu acho que esse tal amor platônico tem a ve

Mulheres Sexo Verdades Mentiras

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clique aqui para ver a sinopse Este é um filme interessante para dar início a conversas sobre sexualidade feminina. Ele aborda vários temas ligados ao assunto. É uma mistura de ficção e documentário. A personagem principal é uma documentarista famosa que ao ter uma experiência com sua sexualidade decide investigar as mulheres e como é o sexo para elas. Achei legal porque é leve e não é vulgar, um perigo quando se fala em sexo. Ele trata de fantasias, clitóris, orgasmo, romance, expectativas, relacionamento homem/mulher (deixa passar o mulher/mulher), sexo grupal, sex shop, pênis, vagina, vulva, masturbação, a timidez de falar sobre esses assuntos, vergonha, preconceitos, amarguras, infelicidade. Não é um mergulho muito fundo, mas é suficiente para se tocar no assunto com o parceiro e contar, usando o filme, como é que se gosta ou não de fazer sexo. Pode ser um bom interruptor para começar a pensar e falar no tema, pois até hoje o sexo é visto mais como algo a se fazer do que a se

ETs

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A @ janainamesquita , minha querida amikino (amiga em Esperanto) do Twitter, sugeriu um tema intergaláctico! “Ufologia + Espiritualidade qual a relação?” Esse não é um tópico que penso muito... Mas mesmo assim vieram algumas considerações. A Janaína tem razão, frequentemente a vida extraterrestre é unida à espiritualidade. Inclusive tem um livro e um filme que fala disso “Eram os Deuses Astronautas?” Se pensarmos vamos ver algumas relações. Tanto Deus quanto os ETs moram no “céu”, acima de nossas cabeças, no infinito. Ambos só aparecem para alguns escolhidos, não temos muita certeza de suas existências... Eles podem nos salvar, mas também nos castigar por nossos atos e são mais poderosos que a gente. Acho, então, fácil relacionar as duas coisas, na nossa cabecinha infantil que deseja a todo custo ser salva sem empregar o mínimo esforço. Queremos que alguém nos cure, nos faça melhor, cuide da gente. Nossa mente de criança abandonada clama por um salvador. Então criamos, c

Porque o Bocejo é contagioso

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Suzana Herculano-Houzel Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2008 Série Ciência da Vida Comum 2ª Edição 178p Fiquei maravilhada ao conhecer um pouco mais do funcionamento de nosso cérebro! A autora, de uma forma simples e engraçada, nos conta desse organismo vivo que mora dentro do crânio. Às vezes parece que tem vida própria! Também fica muito fácil entender alguns de nossos comportamentos. Como o choro, a empatia, a generosidade, a vontade de olhar aquilo que é bonito, porque as revistas de mulher pelada e as propagandas funcionam! Como se dá o processo de aprendizagem. E até porque não é bom dirigir e atender o celular ao mesmo tempo. Aprendi muito sobre o córtex pré-frontal, o responsável por sermos civilizados... E os neurônios espelhos que nos fazem sentir o que o outro sente. O livro é fácil de ler, cada capítulo é a resposta de uma pergunta como: “Por que as crianças tantas vezes parecem ignorar um não?” Quem disse que não tínhamos manual, agora já pode ficar tranqüilo, c

Estamos todos bem?

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Tenho uma teoria sobre a mentira e seu ambiente que foi corroborada recentemente quando vi um filme chamado “ Estão todos Bem ”, uma versão americana de um filme italiano (" Estamos todos bem ") com Mastroianni no papel principal. A história gira em torno de um pai de família extremado que viveu a vida toda para os filhos, mas que não os conhecia na totalidade. Ele idealizou tanto o futuro dos filhos, de uma forma tão rígida, que terminou criando uma atmosfera propícia a mentiras e ocultações. Ao visitar os filhos de surpresa, pôde constatar o quanto estava distante deles, pois estes não se comunicavam de forma totalmente honesta. Minha teoria é que o ambiente pode criar a necessidade da mentira, até em quem não é acostumado a mentir. Num lugar que se detecte provável condenação, reprimenda, reprovação, negação do desejo, ou mesmo um sermão; pessoas normais mentem. Eu não estou me referindo a pessoas com caráter deformado, que mentem só em benefício próprio ou para pr

Harry Potter e a Pedra Filosofal

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J.K. Rowling Tradução: Lia Wyler Rio de Janeiro: Rocco, 2000 263p Ok, estou “um pouco” atrasada, mais precisamente dez anos! Porém repito, eu não vivo no tempo de todo mundo, nem à frente dele, na maioria das vezes venho muito atrás... Este livro chegou as minhas mãos no começo de 2010, de uma forma inusitada. Conheci uma jovem numa locadora e conversando sobre filmes adaptados de livros, ela me contou que Harry Potter havia marcado sua adolescência, e que a acompanhou enquanto crescia. Ficou tão feliz que disse para mim: “Você precisa ler esse livro! Eu vou emprestar o meu para você! Não pude dizer não a tamanho entusiasmo. Na outra semana estava com o livro impecavelmente bem conservado nas mãos... Eu li! Já havia assistido ao filme e fiquei impressionada em como o cinema foi fiel ao livro! Por incrível que pareça no filme dá para sentir melhor o tom de amizade, solidariedade e amor que no livro, mas isso está bem registrado lá. Meu personagem preferido é o Dumbledore, que n

Reino dos céus

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Esta semana eu vi uma criança se divertindo da melhor forma, só por existir e ter penas para correr. Ele devia ter no máximo uns dois anos, mas já tinha firmeza nas pernas suficiente para correr e isso o divertia, ele corria em círculos, rodeando uma gôndola na loja em que eu estava e peguei carona com ele em sua correria, me diverti com a diversão dele. E me lembrei de algo que Jesus disse, para entrar no reino dos céus é preciso ser criança. No meu caso voltar a esse ponto. Divertir-me só porque existo. Usufruir de minha própria vida, como se não existisse outra coisa qualquer para fazer (na verdade não existe mesmo). Livre, inteira, animada. Foi um ótimo encontro e lembrança. Acredito que certas coisas na vida só uma criança ensina, pois ela tem uma experiência direta com sua alma divina, da qual o adulto já foi apartado. Recebi meu presente de dia das crianças. Correr com um menininho, feliz só por existir e não ter nada mais para fazer. Namasté! Leia também: Nadismo:

A vida em Perigo

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Louise L. Hay Tradução: Thelma Média Nóbrega Rio de Janeiro: Best Seller, 2006 2ª Edição 280p Neste livro L.Hay trata de um tema delicado, a AIDS. Desde a década de 1980, ela facilita um grupo com portadores e conta sua forma de ver e tratar dessa doença e das pessoas que a portam. Toda sua visão é positiva e realista. Ela traz tanto a dor e mal estar provocado por esse acontecimento. Quanto à possibilidade de encarar essa situação de uma forma construtiva. Aproveitando-a para crescer, mudar relações familiares, se entender melhor, viver de forma mais saudável. Gosto muito dessa autora e me oriento muito por suas dicas desde 2000. Acredito que podemos superar dificuldades com mais tranqüilidade se tivermos uma postura positiva das coisas. Ela também dá sugestões para as pessoas se reunirem em grupos de ajuda, passando a própria experiência de forma prática, dando o passo a passo da formação de um desses grupos. Todo capítulo começa com uma afirmação e termina com um “trata

Nós Somos Maravilhosos!

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Frase difícil essa hein? Mas hoje eu quero falar como somos maravilhosos! Somos seres lindos, amorosos, generosos. Temos um corpo magnífico que é tecnologicamente avançadíssimo. Você já reparou na perfeição da mão? Como ela consegue pegar coisas delicadas ou sustentar pesos? Como ela se movimenta abrindo e fechando, como ela produz arte e beleza? E a face? Variados músculos criam expressões extraordinárias, ricas, sutis a ponto de com um gesto no olho podermos identificar a expressão de um sentimento. E o fato de nós andarmos eretos? Sob dois pequenos pontos chamados pés? Sabe lá o que é vencer a gravidade? Sem, falar do cérebro... Ah! O cérebro, que organismo perfeito, nem é muito grande, mas é um universo! Até agora estou no corpo, mas não somos só isso não é? E nossos gestos emocionais, somos capazes de nos sacrificar para salvar outra pessoa num segundo, às vezes sem pensar. Sorrimos! Ensinamos, apoiamos, ajudamos. Somos capazes de amar fraternalmente e sofrer até por quem n

Amor Independente

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Vamos continuar as questões de Bia . A segunda pergunta foi: “Os homens não teriam que dever dar apoio e segurança para mulher, na relação do casal?” Essa segunda pergunta me deu a impressão de que estou certa quando digo que confundimos independência com abandono... Porque achamos que uma pessoa autônoma não precisa de apoio? Acho que nem homem nem mulher devem fazer qualquer coisa por obrigação. Isso é inconcebível numa relação que se diz amorosa. No amor é natural querermos cuidar, proteger, dar apoio. Isso não devia ser um termo de contrato. Homens e mulheres que se amam, naturalmente se inclinariam para isso e seria uma troca, uma atitude tanto do homem quanto da mulher. Porque, pasmem, os homens também precisam de apoio e segurança!! Às vezes acho que esse é um dos motivos das pessoas se unirem em par, receber apoio mútuo para enfrentar com mais facilidade os desafios que o existir apresenta. Então porque só o homem teria esse “dever”? E porque o homem retira essa atitude quando

Um novo casamento

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Hoje temos mais uma colaboradora do Múltiplas, Bia . Que sugeriu o tema sobre: “O papel do casal nos dias de hoje. Ficou tão estabelecido as funções (homem protege, mulher acolhe) que às vezes as pessoas ficam perdidas.” E lança duas perguntas: “A mulher está se tornando cada vez mais independente, mas e no relacionamento, isso também deveria mudar?” “O homem não teria que dever dar apoio e segurança para a mulher, na relação do casal?” Bem, sobre a primeira pergunta sobre as mulheres independentes, já falei no texto “ Programação da mente feminina ”. E sobre se deveria mudar eu falei no texto “ Há saúde na dependência? ” Segundo esses dois textos, a mulher ainda está no processo de ser independente nos relacionamentos, a programação da fragilidade emocional e de necessidade de ter um homem para se sentir amparada diante a vida ainda está tocando como “hit parade” em nossas mentes. Vejo mulheres completamente autônomas financeiramente e profissionalmente, mas algemadas à casamentos ins

Esquecer uma paixão

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Agora a inspiração veio de @ anacarolsoares que pediu para falar sobre: “A dor de esquecer um fato, paixão ou pessoa importante, mas inadequada.” Venho trabalhando muito com isso... E a boa notícia é: As pessoas se curam! Não ficam feito novela e filme não; amargando uma paixão para o resto da vida. Como já disse antes esse tipo de coisa é muito interessante para ler num livro, acompanhar numa novela ou filme, mas para viver... Falando em filme tem até um que fala disso “ Brilho eterno de uma mente sem lembranças ”. No qual um médico inventa um remédio para que o mocinho esqueça, literalmente, de um grande amor que não funcionava bem. Mas mesmo assim o "negócio" fica lá criando problemas. Então eu sugiro que não se esqueça! Xiiiii... Deu medo? Fique não! Esquecer cria problemas, porque o máximo que podemos fazer é colocar numa gaveta inacessível, que não vemos, mas sentimos, igual ao rapaz do filme. Freud escreveu muito sobre isso. Afinal as mulheres que ele tratou, usavam e

Os Prisioneiros

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A @ Rosanacristina sugeriu o seguinte assunto: “Pessoas que tratam os outros bem, mas em casa tratam a família muito mal.” Ótimo tema! Tenho algumas ideias sobre isso... Pelo menos duas. Primeiro: Normalmente nos sentimos mais à vontade para mostrar nossos demônios internos a quem achamos que não nos abandona. Segundo: Eu falei sobre isso no texto “ Respeito x Amizade ” confundimos intimidade com invasão, geralmente achamos que o outro que se abriu para a gente é nossa propriedade e podemos fazer o que bem entender com ele... Se misturarmos esses dois pontos, temos uma bomba que explode diariamente nos lares. E aquela sensação de que somos menos importantes que o vizinho para nossos familiares. Já que aos vizinhos, tudo! Gentileza, educação, polidez. E para gente, socos e pontapés! Tratamos os íntimos como nos tratamos, também já falei disso aqui no texto ( Será que nos amamos? ), normalmente nos maltratamos muito sem nem ter consciência disso. Entendemos errado o conceito

Calar faz bem?

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A @ THistorias sugeriu outro tema interessante, ela perguntou sobre: “o poder de silenciar diante alguma situação, deixar de falar pode ser melhor às vezes?” O silêncio faz parte da sabedoria do tempo. É um legado oriental, nós, ocidentais, temos muita dificuldade com ele. Somos de energia Yang , ativa, então, na maioria das vezes, entendemos que para resolver qualquer situação devemos falar, esbravejar, reivindicar. Não é à toa que foram os ocidentais que criaram a cura pela fala ( psicoterapia ). Em nossa opinião o silêncio pode ser visto como covardia, fraqueza, falta de engajamento. Não compreendemos como podemos resolver algo calando. Por exemplo, num relacionamento, inventamos a famosa DR (discussão de relação) para acertar pontos discordantes... Mas sinceramente, eu ouço mais as pessoas reclamarem disso, às vezes cria mais confusão do que resolve. O silenciar é ensinado pelos mestres orientais como um recurso de autoconhecimento. É o espaço no qual podemos nos ouvir,

Escolha de sentimentos (parte 3)

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Bom, então você descobriu que seu parceiro/a se encantou por alguém mais e não contou. Você se sente traído/a, feito/a de boba/o. E vai chorar, se sentir inferior, sofrer uma dor aguda de “desimportância” por muitos meses seguidos e talvez nunca mais querer se apaixonar. Vai ficar desconfiada/o de todo mundo que se interessar por você e vai dizer: A vida é assim, as pessoas são desonestas, só eu presto! Só que no futuro vai esquecer-se de tudo isso e cair de novo nas artimanhas de Cupido, achando que dessa vez vai ser diferente, que esse é seu Príncipe/Princesa, e surpresa!? Leva um novo tropeção. Então fazemos música, poesias, livros e filmes dizendo das agruras do amor e de como somos sábios agora por termos descoberto que ninguém é confiável; ficamos amargos, cínicos e... Morremos. Triste, não? Eu digo: Mude a forma de ver! Corte o mal pela raiz. Não espere do outro, faça você mesmo. Diga: Independente do que o outro me diz ou deixe de dizer, aquilo que eu vivo e recebo é ve

Escolha de Sentimento (parte 2)

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Continuando o texto anterior, deixei algumas perguntas para vocês pensarem a respeito. Baseada na idéia de que podemos escolher como nos sentimos, propus a hipótese de mudarmos nossa programação quanto a como vemos e interpretamos o comportamento mentiroso que alguns entes queridos, de vez em quando reproduzem (incluindo a nós mesmos, viu?) E se pensássemos assim: Aquilo que eu vivo dia a dia é a minha verdade e está bom, se o outro esconde algo de mim, eu não posso adivinhar, mas isso que eu vivo agora é minha verdade e nenhum comportamento alheio pode me tirar essa verdade? Não parece melhor? Vamos dizer que você descobriu que além de você seu cônjuge namorava outra pessoa e não lhe contou nada... Será que só por causa disso, tudo o que você viveu se tornou automaticamente mentira? Os seus sentimentos perderam a validade por que o outro mentiu? Você não sentiu o que sentiu porque o outro não foi totalmente sincero? Eu acho que não! O que você viveu foi real, apenas você n

Escolha de Sentimento

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Visualizei outra coisa legal! ( ver texto do dia 07/09/10 ). Se nós podemos escolher como vamos nos sentir... Ninguém mais pode nos trair! A menos que você decida que vai experimentar o comportamento do outro como traição. Ninguém pode enganá-lo, porque só você pode viver sua vida e ter seus sentimentos. Se você experimentar algo de certa maneira foi essa a sua verdade, não a do outro. Vou tentar explicar... Ouço muitas pessoas sofrerem por se sentirem traídas, pode ser o cônjuge que mentiu e teve uma relação extra-conjugal, quando prometeu monogamia; pode ser um filho que usou drogas quando prometeu não fazê-lo, pode ser um amigo que prometeu sempre apoiar e na hora "H" tira o corpo fora. Mas o sentimento de traição, a sensação de ter sido feito de bobo ou de que viveu uma mentira é uma das lamentações mais constantes da experiência humana. Bom, eu vi que se mudarmos a forma de ver essa situação podemos sofrer menos e superar melhor o evento ou mesmo não nos sentirmos inferi

Fato e Interpretação

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Veja que coisa legal eu descobri! Somos nós que julgamos uma situação como boa ou ruim. Na verdade um fato é apenas algo que aconteceu de uma determinada forma, em si, por natureza, não tem significado específico, nós é que aprendemos a julgar, a identificar este fato com um significado que nos faz sofrer ou não. Um evento é apenas isso, um evento. Nós reagimos a ele como aprendemos e damos a ele as cores que queremos ou nos ensinaram a dar. Se for uma perda aprendemos que é ruim, que faz sofrer, então automaticamente sofremos, achamos natural, como se essa reação jamais pudesse estar sob nosso controle ou escolha. Se for ganho, aprendemos a ficar felizes, sempre jogados de um lado para o outro pelas circunstâncias externas. Nós temos o poder de escolher, mas não escolhemos, somos levados pelos nossos condicionamentos. E o pior, nem apostamos na hipótese de que podemos escolher, achamos isso um absurdo, porque sempre vimos as coisas acontecerem do jeito anterior (sem escolhas).

Amor Próprio

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No dia 23 de Agosto eu fiz uma pergunta no Twitter relacionada ao texto que havia publicado no dia anterior ( Será que nos amamos? ). Perguntei o significado de amor próprio, consideração de si, auto-estima. Obtive algumas respostas muito interessantes e achei que podia fazer uma colagem com os conceitos de todos para formar uma idéia maior. Então vamos lá! (os tuites das pessoas estão abaixo do texto) Primeiro apresento as pessoas que colaboraram: @livroDPedroII , @AlexMell1, @missionpaz , @MarquesKs , @Giil_xD , @solangemaria1 , @annaruthh , @Rosanacristina , @carla_accioly , @_mulherde40 , @svillatorre , @Herege . Obrigada a todos!!! O amor próprio é um fluxo de troca, ele acontece por dentro e flui para os outros, é necessário existir movimento; ele também aparece como aceitação e amizade consigo mesmo, não sendo cruel e aceitando suas próprias limitações e diferenças. É um ensinamento antigo, pois foi proferido por Jesus “ama a ti”. De maneira nenhuma isola, pois mesmo sabendo qu

Há saúde na dependência?

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Recebi um e-mail de Bia, uma leitora do Múltiplas que pediu para escrever sobre “dependência emocional nos relacionamentos”. E fez três perguntas em relação a isso: “Até quando é saudável ter dependência em relação ao outro? E quanto às fraquezas? Até que ponto pode ou não demonstrá-las?” Bom, em minha opinião não existe forma saudável de um adulto depender emocionalmente do outro. Toda forma de dependência afetiva é doença. Só uma criança deve depender de outra pessoa, pois ainda está em desenvolvimento e precisa mesmo de um apoio externo para sobreviver. Um adulto já deveria ter internalizado esse apoio e se tornado auto-suficiente. Alguns podem achar um exagero de minha parte, que seja, é assim que vejo. Um adulto para mim é um ser independente que compartilha sua vida e seu afeto, ele não deveria precisar do afeto do outro, para mim esse tipo de relacionamento de falta, de carência é pobre e infantil. Adultos trocam afeto em abundância, ricos, no luxo. Isso para mim é amor

Será que nos amamos?

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Outro assunto sugerido por @THistorias: “Amor próprio, auto-valorização, se querer bem e se respeitar.” Isso é praticamente a continuação do assunto anterior “Coragem de ser você”. Nossa cultura ainda não é a do amor próprio. Ela está baseada na idéia religiosa de que o ser humano é culpado (já nasce assim) imperfeito e que precisa ser domesticado pelo medo. Partindo do princípio que precisamos ser alguém além, alguém diferente de quem somos, que precisamos “ser melhores”. Melhores do que quem? Melhores do que somos hoje, porque hoje somos insuficientes. Não somos bons o bastante. Então como amar, respeitar e querer bem esse ser insuficiente, fraco, imperfeito?... Como gostar de si quando temos uma imagem tão ruim de nós mesmo? E sabe o pior?! Nós não temos consciência de que nos colocamos em tão baixa consideração! Nós achamos que nos amamos! Mas no primeiro vacilo, nos rebaixamos, inferiorizamos, nos punimos e condenamos, pensamos o pior da gente e nem percebemos, só sentimos mal est

Coragem de ser você

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A @THistorias , amiga do Twitter e leitora do Múltiplas, sugeriu dois temas para eu falar aqui. O primeiro é “coragem de assumir nossas vontades e desejos, enfrentar o medo. Ter coragem de fazer e sermos nós mesmos, mesmo sendo desaprovado pelos outros.” Tema crucial para nossa felicidade. Quando eu estava na faculdade de Psicologia, passamos por um experimento interessante, para testarmos a força da pressão de um grupo. Foram escolhidas nove pessoas, oito sabiam do experimento, uma estaria totalmente sem conhecimento. Esta se sentaria na última cadeira e seria a última a responder uma pergunta. Foi colocada uma figura geométrica com vários traços, num quadro e a pergunta era quantos traços havia na figura. As primeiras rodadas todos diziam o número real de traços, todos concordavam. Num determinado momento as oito pessoas começaram a mentir quanto ao número visto e a cobaia começou a sentir-se desconfortável, pois via um determinado número quando os outros não “viam”, este teste f

Terapia de Vidas Passadas

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Continuando o assunto proposto por Fernanda Medeiros, o texto de hoje é sobre Terapia de Vidas Passadas - TVP. Lembro que não sou especialista no assunto, é apenas uma opinião que vou partilhar. No meu entender essa é apenas mais uma técnica de cura que pode funcionar muito bem com algumas pessoas, libertando de suas angústias inexplicáveis. Como toda técnica ela não funciona com todo mundo, nem remédio alopático é assim, que dirá procedimentos que lidam com o subjetivo das pessoas! Já li alguns livros sobre isso e me submeti a uma sessão com um profissional respeitado e comprometido com a técnica. Mas não me senti hipnotizada o suficiente para ter certeza de minhas visões. Todas as vezes que li ou ouvi um profissional da área, foi-me dito que o que menos importa é se sua visão é real ou não. Se a experiência de vivenciar algo através da mente o liberou de um trauma ou aflição é o que importa. Quem você foi realmente não é o foco do trabalho e sim as suas atitudes positivas e negativas