Nunca Fiz Análise...


Li no jornal recentemente que o autor de novelas Aguinaldo Silva, declarou em seu blog: "nunca fiz análise, para não ter que deitar em um sofá e contá-la (minha vida) a um estranho..."
Ele me lembrou do meu texto "Porquê procurar ajuda terapêutica.", essa coisa antiga de não querer contar sua vida para um estranho. O mais interessante neste caso é que ele não contou a um, mas a milhares de estranhos, através do blog. Qual será a diferença?
Precisamos mudar essa ideia, para podermos usufruir do benefício da psicoterapia. Não se conta a vida para "um estranho" e sim para alguém deslocado, distanciado dos laços afetivos egóicos, o que deixa essa pessoa mais lúcida para ajudar quem passa por um problema. O terapeuta não fica "um estranho" para sempre, há uma relação amistosa, principalmente se o terapeuta for de abordagens humanistas ( Centrada na pessoa, Gestalt, Bioenergética,etc). O distanciamento é da neurose de uma relação íntima, na qual existe geralmente, cobrança, julgamento, acusações.
Contar sua vida para alguém treinado em ouvir é benéfico e inteligente, não é preciso ter medo. Preconceito atravanca a mente, precisamos identificá-los e dissolvê-los.
O que você acha? Faça um comentário!


fonte: Caderno C - Jornal do Commercio - 24/12/08

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Comentários

  1. Esse medo da terapia me faz lembrar do medo "se entregar". Curiosamente uma frase me veio a cabeça "não se pode servir a 2 senhores ao mesmo tempo", o que me fez pensar : "ou você se entrega ao problema ou a tentativa de sair dele".

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  2. É nino, ainda não entendi porque as pessoas gostam tanto de seus problemas!

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  3. Acredito que o processo terapeutico é também um processo educativo no campo da produção de subejtividade saudável. Nesse sentido, o texto no convida a refletir que sentidos damos ao ato teraéutico, que é diferente de terapia. Penso que muita vivência cura, em particular, quando o acolhimento é feito por uma pessoa que tem alguma vivência anterior. Eu não acredito em pessoas preparadas para terapias. Terapias é vivência. Eu faço e gosto. Gosto de contar minha vida para estranho que em algum momento me inspira confiança e sabedoria.
    Carlos Silvan

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  4. CARLOS: É isso aí, principalmente para os homens essa é uma declaração inspirada! Também gostei do ato terapêutico, fica melhor que simplesmente terapia. E produção de subjetividade saudável, nem se fala! Adorei os termos e já vou adotá-los. Bjs.

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  5. É INTERESSANTE CONSTATAR COMO AS PESSOAS (E EU ME INCLUO) TEM MEDO DE REALMENTE SE AUTO-CONHECER, ELAS PREFEREM SE AUTO-ENGANAR... E ESSA FRASE DO AGUINALDO SILVA É TÍPICA. INCLUSIVE OUVI DO MEU FILHO MAIS VELHO (22) SEMANA PASSADA... QUE PENA! MAS CADA UM TEM SEU TEMPO E DEVEMOS RESPEITÁ-LOS (NOS)

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  6. DIANA- Parabéns! É isso mesmo precisamos compreender o ritmo do outro. Mesmo quando vemos algo óbvio e ele não. Respeitar o outro é uma das tarefas mais difíceis, principalmente um filho!

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