Os Prisioneiros



A @Rosanacristina sugeriu o seguinte assunto:

“Pessoas que tratam os outros bem, mas em casa tratam a família muito mal.”


Ótimo tema! Tenho algumas ideias sobre isso... Pelo menos duas. Primeiro: Normalmente nos sentimos mais à vontade para mostrar nossos demônios internos a quem achamos que não nos abandona. Segundo: Eu falei sobre isso no texto “Respeito x Amizade” confundimos intimidade com invasão, geralmente achamos que o outro que se abriu para a gente é nossa propriedade e podemos fazer o que bem entender com ele...

Se misturarmos esses dois pontos, temos uma bomba que explode diariamente nos lares. E aquela sensação de que somos menos importantes que o vizinho para nossos familiares. Já que aos vizinhos, tudo! Gentileza, educação, polidez. E para gente, socos e pontapés!

Tratamos os íntimos como nos tratamos, também já falei disso aqui no texto (Será que nos amamos? ), normalmente nos maltratamos muito sem nem ter consciência disso. Entendemos errado o conceito religioso de fazer o bem ao próximo. Nossa compreensão disso é que o outro deve ser bem tratado enquanto nós mesmos, somos “de casa” então para que impressionar?

A educação é para mostrar e fazer figura para o alheio, para os de casa, que já conhecem tudo de mim, eu não preciso ter boa imagem. Os trato como me trato: Mal!

E ainda tem outro elemento, eu imagino que minha vida não vai bem justamente por culpa daquela turma lá de casa... Foram meus pais que não confiaram em minhas capacidades, o cônjuge que só faz cobrar e não me elogia, ou os filhos que nasceram na época errada e me impediram de fazer aquele curso ou aquela viagem, que mudaram tudo...

Encaramos família como prisão, então porque sermos gentis com nossos carcereiros? Sem essas pessoas eu seria livre para fazer o que eu quisesse...

Vou lhe dizer uma coisa. Não existe prisão externa, e mesmo que eliminássemos todos os “carcereiros” fora, restaria o único que realmente nos aprisiona: Nossos conceitos sobre as coisas, nossas crenças. Minha sugestão? Mude-as, troque-as por ideias libertadoras, re-signifique-as. E poderá ver quem realmente está junto, tratando-os com gentileza sincera.

Namasté!

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Comentários

  1. Ótimo texto Nanda.Esse é um tema que me pego trabalhando sempre. Definitivamente todas as relações que construimos precisam de "manutenção" diária.

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  2. Nino:

    Obrigada!
    Esse é um tema diário mesmo, já que essas pessoas estão sempre conosco.
    Podemos nos tratar melhor e assim criar gentileza para o ambiente!
    Bjão!

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  3. Caramba! Que coincidência! Falava com uma amiga sobre isso essa semana. A gente discutia o pq que isso acontece... é uma coisa pra se trabalhar todos os dias mesmo né.. rs ótimo texto. Beijãão!

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  4. Bia:

    Esse é um assunto muito vivido e pouco debatido...
    Acho que o texto lança alguns caminhos para reflexão.
    Eu adoooro coincidências!
    Bjão!

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  5. Olá, Nanda

    Obrigada por redigir o texto ,pelo visto é mais comum que eu pensava, não apenas, em minha família rsrs
    Penso que é exatamente isso, conciente ou inconsciente,achamos que as pessoas que convivem conosco não merecem consideração e respeito ,e despejamos nossas frustações em cima de nossos famíliares,principalmente quando estamos zangados..
    Agradar o vizinho ser gentil é fácil devido ao verniz social fingimos o que não somos nossos 'demônios ' ficam escondidos e bancamos o 'anjinho 'para sermos aceitos no convívio social,na família mostramos quem realmente somos ..
    O importante é aprendermos a tolerância para uma boa convivência é amar nossos famíliares ...

    beijos no coração

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  6. Anônimo:

    Temos um lado "B"... rsrsr podemos aprender a lidar com ele e despeja-lo nos lugares certos, mas ainda não temos este tipo de educação.
    Tolerância é a virtude da vez!
    Bjão!



    C.

    Obrigada, espero que volte!
    Ditados populares, são ciência da vida! rsrsrs
    Devíamos prestar mais atenção neles... rsrsrs
    Bjão!

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  7. Nossa, fiquei intrigada com esse post. É uma coisa que penso sempre a respeito da minha família, não especificamente a minha, mas a da minha vó, todos são muito adeptos ao cristianismo, sempre vão às missas, dão cursos de batismo e acompanham os eventos da paróquia deles. E o mais engraçado disso tudo é que paracem uns anjos quando estão na igreja, entre outras pessoas, eu acho que eles deviam morar na igreja se isso não fosse culpa do 'mal humor' deles quando estão em casa. Há muitas brigas, minha vó fala mais alto que meu vô, seu filho por vez solta um palavrão, um diz que o outro não ajuda, além de falarem mal do restante da família. Eu acho que a crença interfere muito nesse comportamento de se sentir prisioneiro dentro da própria casa, mas desde que entenda a essência de acreditar em algo ou ter fé em alguma coisa, ou seja, muitas pessoas não levam os conselhos religiosos para suas residências, elas simplesmente quando vão se refugiar na igreja, deixam também a sua paz por lá.
    Sempre me incomodei com essa questão de guerra entre famílias e ausência de espiritualizade, e fiquei feliz por achar o tema aqui no seu blog, Nanda.
    Eu sou budista, não vou dizer que tenho esses problemas, as vezes algumas intrigas acontecem. Mas no âmbito de paz, não tenho o que reclamar da minha família, meus irmãos estão na fase de descoberta da adolescência, minha mãe consesguiu um emprego, apesar da idade e meu pai concretizou um negócio. E eu, infelizmente faço Jornalismo, rs.

    Adorei o Blog no geral, abraços.

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  8. Amanda:

    Praticar um comportamento é mais trabalhosos do que falar dele, então caímos naquela faça o que eu digo, não faça o que eu faço...
    Porém penso que tudo é questão de desenvolvimento e a mudança só ocorre quando não nos criticamos e sim apenas detectamos o que não funciona e praticamos o que nos ajuda a viver melhor.
    Famílias são núcleos de desenvolvimento e elas trazem aquilo que precisamos para nosso crescimento. Vc que é budista deve saber disso.
    que bom vc já saber agradecer pelo que tem!
    Obrigada e volte sempre!
    bjão!



    Anônimo 2 ( O pedido de perdão) rsrs:

    Rô, desculpe não ter lhe reconhecido de cara! Naquela hora tinha acabado de chegar do dentista e estava grogue com a anestesia, ainda mais desatenta que meu natural!
    Perdão querida!
    Bjão!

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  9. Olá ! Nanda, ótimo tema.
    Sobre este assunto, compreendo-o,assim:
    Aprendemos ao longo do tempo que "somos o que somos" e "não o que gostaríamos de ser" mas quando buscamos a segunda opção, como prática cotidiana, mostramos nosso lado "verdadeiro" aquele em que se manifesta especialmente para as pessoas com as quais convivemos, familiares e amigos mais próximos e se existir alguma ação de poder e/ou controle, sobre essas pessoas então o ego se acha no direito de ter essas atitudes despreocupando-se com as suas consequências. Entretanto,para quem não compartilha desse convívio a persona ou máscara se mostra como alguém irretocável. Imaturidade, jeito de ser, sempre foi assim, etc,etc...são desculpas apresentadas para se justificar tal comportamento, tanto pelo próprio quanto para aqueles que lhes tem um maior afeto. Perguntamos, então, se é possível para com os "outros" ter atitudes equilibradas,porque não podem também tê-las para com seus entes queridos e amigos? É preciso refletir,sobre essa realidade. Ter coragem de encarar-se , buscar a verdadeira autenticidade, para agir como se gostaria ser. Perceber-se como pessoa, ser humano que também sofre quando lhe tratam mal,ir ao "encontro" de si mesmo, buscar a(s) causa(s) desse comportamento, reconhecer as fragilidades íntimas e poder então mudar(se quiser): primeiro, consigo mesmo; depois,com o outro e só então, com mundo do qual faz parte.

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  10. Gilvan:

    Obrigada!
    Como disse antes todos temos lados "B" não ter vergonha disso já é um bom caminho para podermos controlar melhor nosso comportamento.
    Começar a se amar é outro caminho interessante.
    Quem está alegre dificilmente se comporta destrutivamente.
    Você tem razão, o autoconhecimento é um dos melhores meios de se conseguir isso.
    Bjão!

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