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Ser ou não Ser

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Xavier Guix Tradução: Carolina Caires Coelho São Paulo: Ciranda Cultural, 2008 187p O autor é um terapeuta espanhol e traz neste livro questionamentos inspirados na filosofia, para o enfrentamento e desfrute da vida cotidiana. Ele aborda áreas como casamento, trabalho, nossa relação com o tempo, o próprio processo de crescimento pessoal. Questiona muito nosso estilo de vida atual, a nossa época cheia de conflitos, mudanças e desorientação. Nossa forma de existir competitiva e narcisista. A adoração da auto-imagem e como valorizamos o dinheiro. Tem quase um mantra que ele repete do início ao fim do livro: “vivemos melhor à custa de nos sentirmos pior” acho que este é o ponto central, a grande questão! Porque estamos aí, o que nos fez escolher este caminho? E como acordar e escolher outra coisa? Um dos capítulos que gostei mais foi o que fala sobre relacionamento amoroso “Saturados de amor, incapazes de amar.” No qual o autor questiona os papéis dos amantes, a forma de amar (n...

Apresentando a namorada

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Há algum tempo atrás atendi um pai cuidadoso recém separado que estava se interessando por uma moça e começou a se perguntar se o negócio ficasse mais sério, como seria melhor aprensenta-la a sua filha? Algumas coisas me vieram à cabeça e terminei escrevendo um texto de dicas, que são sugestões para iniciar uma reflexão e não regras para serem seguidas. A primeira coisa que surgiu foi perguntas: 1. Como anda a relação com sua filha? Vocês conversam? Têm intimidade? Vêem-se com freqüência? Brincam? 2. Como estão seus sentimentos em relação a ela e a sua separação? Sente culpa? Acha que fez mal a ela quando se separou? Separou-se com mágoa? 3. Como é a sua relação com a mãe da criança? 4. Quais são suas ideias sobre separação e novo namoro? Sente-se à vontade? Tem vergonha? Acha-se errado? 5. A namorada gosta de criança? Está interessada em conhecer sua filha? Depois de fazer essas perguntas irá conhecer-se melhor em relação a esse episódio e poderá ter mais controle sobre a ...

A história de nós dois

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A primeira vez que assisti esse filme eu não gostei muito, mas onze anos depois tenho olhos novos e o assisti de forma diferente. Ele retrata bem um processo de reavaliação conjugal. E mostra com humor os pontos onde a maioria de nós se perde. O desejo da mulher de mudar o marido e transformá-lo no companheiro perfeito. A dificuldade dos homens assumirem um compromisso com carga emocional mais forte e consequente tentativa de trazer a mulher para turma divertida dele. E a confusão que isso dá! A influência de nossos pais, as dificuldades com os amigos e a vontade de proteger os filhos. O vai-e-volta da relação, o medo da decisão errada, as dúvidas e até as tentativas de terapia frustradas. E aí como em todo filme, eles pecam com o clichê preconceituoso de que nessas coisas não se obtém ajuda de profissionais, que sozinhos é que resolvemos tudo... Desta vez gostei e acho válido, para quem está em vias de se separar e para quem não está. Bom filme! Leia também: Um novo casamen...

Aquilo que sai da Boca

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A @ FLORALBELA sugeriu um tema: “Gostaria que você falasse da “palavra”” Vamos lá, achei interessante, pois este tema é a ferramenta de meu ofício, eu trabalho com a palavra. Elaboramos nossos pensamentos e emoções por meio dela. E muitas vezes é ela que nos causa perturbação. São nossos mal entendidos e interpretações próprias do que o outro fala que nos fazem sofrer. Muitas mágoas são provocadas por palavras ditas e entendidas erradamente. Os indianos dizem que é preciso ter muito cuidado com ela, pois depois que é jogada ao vento não tem volta. O silêncio é considerado muitas vezes mais valioso e mais sábio por eles. Mas a palavra bem usada cria beleza e emoções positivas, encanta e conforta. Às vezes só precisamos de uma frase, outras nem um discurso inteiro é capaz de mudar nosso rumo. A palavra é considerada uma arma que tanto liberta como aprisiona. Faz revoluções, é invólucro de ideias. Nossa cultura nos dá overdose de palavra escrita e falada, às vezes sem nos dar ...

O Espírito do Zen

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Alan W. Watts Tradução: Murilo Nunes de Azevedo Porto Alegre, RS: L&PM Pocket 139p Este é um livro que foi publicado pela primeira vez em 1936 e o autor tinha 20 anos, nesta época o Zen budismo não era conhecido no ocidente. Então este é considerado um clássico sobre filosofia oriental. E o autor uma das pessoas que introduziu essas ideias no mundo ocidental. O Zen-budismo é uma escola budista que floresceu na China, primeiramente e depois se instalou no Japão, dando base para várias outras escolas como a arte do chá, o bushidô (arte cavalheiresca dos samurais), o Jiu-jitsu (método de defesa sem armas). Consegui compreender melhor a não filosofia do Zen, o captar todo o ensinamento diretamente, da experiência sem a interferência da mente explicando tudo. Ser Zen não é ser calmo, alheio, como a maioria de nós costuma pensar. Acho até que é o contrário, é estar tão imerso na vida, tão acordado que nem parecemos nos mexer, pois estamos nos movendo com a vida, em harmonia com ...

Que nome eu dou?

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Terceira pergunta da @ auddymy : “Então eu não amo?! E qual o nome dado ao que sinto?” Quando respondi o comentário eu disse que poderia dar o nome que achasse melhor, o nome em si não importa o que me ocupa é a consciência do que sentimos, o nome é para facilitar a explicação. O importante é saber que não aproveitamos bem a fonte amorosa que passa por nós. O principal é saber que podemos aumentar a qualidade da expressão afetiva, se tomarmos conhecimento de que mutilamos o comportamento amoroso e damos a desculpa errada a nossas atitudes destrutivas, chamando tudo de amor. Se sufocamos um filho com excesso de zelo e nos intrometemos em suas escolhas, chamamos isso amor. Se perseguimos um amante, vigiando todos seus passos, até o outro se sentir um criminoso, dizemos que é porque o amamos. Se nos metemos, invadimos mesmo, a vida de um amigo, é porque nos importamos e... O amamos muito! Tem gente até que matou usando essa desculpa. Fazemos coisas antiéticas e destrutivas, mas qu...

Amor Infinito

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Vamos à segunda pergunta da @ auddymy : “Se o amor é um fluxo de energia, isso quer dizer que ele nunca acaba?” Esse conceito de amor como um fluxo energético é difícil de compreender, porque temos a tendendência de reduzir o amor ao afeto romântico, aquele que trocamos com o cônjuge ou o afeto parental, o que sentimos por nossa família. Fiquei pensando se a preocupação de @auddymy não foi essa... Vemos diariamente o amor romântico se acabar, resultando na separação do casal, que tempos atrás afirmou amor eterno. Como o amor não acaba e acaba ao mesmo tempo? Penso que podemos ver dois conceitos distintos com um mesmo nome. Tenho chamado amor o fluxo vital que nos anima, a chama que nos torna humanos divinos, aquilo que nos impulsiona a agir de forma gentil, generosa, amiga. Quanto àquilo que nos faz querer um par eu tenho chamado de paixão, inicialmente, e afeto, que é uma paixão mais calma e que pode manter duas ou mais pessoas juntas por muito tempo. Essa pode sim, acabar, po...