Brilho de uma Paixão
As críticas que li sobre esse filme dizem que ele não é bom... É certo que senti um desconforto ao assisti-lo, como se a história estivesse emperrada... Mas o que me fez trazê-lo para cá foi as imagens poéticas salpicadas pelo filme. Ele fala de poesia e de viver poeticamente.
Conta o breve romance do poeta John Keats com uma moça moderna do início do século XIX. Ela considerada fútil por gostar de moda e bailes, ele um poeta falido, mas já admirado por alguns. A falta de dinheiro dele atrapalha o romance, já que naquela época homem que quisesse casar tinha que ter como sustentar a prole.
No meio dessa historia de amor frustrada, há a poesia, as imagens, o conceito de poesia como algo sensorial, que não é para ser entendido e sim degustado, sentido. A mocinha, como eu, diz não gostar de poesia porque é difícil de entender e Keats diz que poesia não se entende, ela entra na pele e mexe com o que não faz sentido dentro da gente.
E a diretora do filme pega isso pelo pé, com imagens sensoriais; ventos, sol, olhares, cores fazem a gente degustar, junto com os personagens, a vida, nos pequenos detalhes, como dançar uma valsa sem música ou sentir o vento entrando pela janela, a presença do amado através de uma parede tocando-a no mesmo lugar, etc, etc.
Lembrou-me que devemos viver em poesia, degustando a vida sem entender muito, sem saber por que, apenas sentindo todo o non-sense que é estar vivo, pulsando, respirando.
Bom filme!
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