Amém




A religião não tem lógica e não pode ser entendida através da cognição, do racional. Acho que é por isso que os pensadores a repudiam, não vêem sentido nos atos e rituais religiosos. Esta é uma coisa que se sente, não precisamos entender ou explicar, não precisamos de provas de verdade. Ela faz parte de outro aspecto do ser humano, um mais intuitivo, até mais infantil mesmo, o mundo mágico que também é real e concreto, apenas diferente e complementar ao mundo intelectual.

Sem ela a vida perde o colorido, fica só trágica e sem sentido, talvez seja por isso que algumas pessoas muito materialistas terminam se matando, acho que elas amputam de si uma parte importante para a saúde. Tanto quanto intelecto. Religião não se explica, se vivencia se experimenta.

Por muito tempo eu questionei, porque pessoas inteligentes se aferravam à religião, já que toda base era fantasiosa com deuses construindo o mundo em seis dias, virgens dando luz, mortos ressuscitando. Para mim tudo parecia fazer parte de um livro de realidade fantástica, um engodo, que pessoas inteligentes não deveriam engolir.

Hoje sei que pessoas realmente inteligentes, não descartam nenhum aspecto de si, elas não negam seu lado fantástico e experimentam o inexplicável o, aparentemente irreal; o louco e sem lógica e deixam o cognitivo para a vida em outros aspectos. Os dois lados coexistem num ser total. E não é um medo da morte ou do horror da vida que os levam vivenciar a religião, é o contrário, é uma experiência mística de vida, passada através de rituais ilógicos, que nos tiram de tempo, do linear, do racional e nos levam a experimentar coisas muito esquisitas e diferentes, mas profundamente intensas e reais.

Isso dá colorido à vida mundana, realça o intelecto, gera criatividade, fortalece a confiança, nos leva a viver melhor; sem nos distanciar do racional, do pensar. Mas na hora da religião o lado do cérebro que funciona mais é outro, e acho que ninguém vive uma vida completa se não permitir que os dois lados se realizem.
Precisamos do racional e do irracional, do analítico e do louco, da explicação e do mistério, do real e do imaginário, para sermos completos.

Amém!

Leia também:
A ciência não exclui deus
Deus é um alvo grande

Comentários

  1. Oi Nandinha, foi pensando sobre isto que um dia escrevi duas frases, "se você acredita, nenhuma prova é necessária, se não acredita, nenhuma será suficiente" e a outra eu uso muito, tanto no blog quanto no Twiter "quem tem fé, não tem medo" O fato é que não sigo nenhuma religião, mas sinto a maior fé do mundo na minha alma, no meu coração! Beijos

    ResponderExcluir
  2. Du:

    Sim, a religião pode ser institucional, ou de coração. Falo aqui de religiosidade. Eu também me considero uma espiritualista independente. Mas cada vez mais respeito a instituição dos outros!
    Bjs!

    ResponderExcluir
  3. Religiosidade tudo bem. Mas o grande problema das religiões é que elas são mais exclutentes que qualquer outra coisa já inventada. "É quando os macacos decidem que é hora de matar uns aos outros"

    ResponderExcluir
  4. É com muito carinho que venho retribuir a sua vinda. Fico muito feliz com a sua amizade.
    Os amigos são jóias raras, principalmente no palco da vida. Elas estam sempre a brilhar. Obrigada pela sua companhia.
    Curiosa e demais blogs agradecem.
    Não esquece de que a vida é bela pelo simples fatos de existir e nos dar a chance de refletir sobre ela.
    Crinhosamente,
    Sandra

    ResponderExcluir
  5. Parabéns pelo seu texto. Muito bom..
    Amei...
    Vida Clorida...
    Pessoas relamente inteligenstes...

    Gostei muito...
    Sandra

    ResponderExcluir
  6. Nanda, eu me sinto muito bem comigo mesma sobre questao religiosa. Não suporto seguir nada. A minha fé, o meu Deus, reside dentro de mim, sinto isso como uma energia grande e boa. Acredito e respeito muitas doutrinas, mas gosto de ser livre para viver a minha opção.

    Bjs

    ResponderExcluir
  7. Anderson:

    Este não é um problema da religião em si, pois ela não orienta para este tipo de comportamento, quem manda matar são mentes ardilosas que distorcem os preceitos religiosos para benefício próprio e isso não é prerrogativa da religião, este tipo de mente tem em todos os lugares. Empresas, polícia, política, família, torcida de futebol e até em grupos de amigos.

    O que realmente precisamos combater é nossa vaidade, ganância e sede de poder. Esse é o real veneno. Isso é o que nos leva a excluir usando o nome da religião. Toda escritura sagrada, exorta a irmandade, colaboração e mansidão do coração, nós é que distorcemos tudo.

    Bjs!!!!



    Sandra:

    Obrigada linda!
    A vida é bela e feia também... Mas acredito que devemos focar mais no bonito que ela nos dá e transformar o feio. Isso é ser criativo!
    Bjs!



    Sissym:

    Eu também me sinto assim, sou espiritualista independente e o tempo vem me ajudando a aprender a respeitar o credo alheio, claro que dando limites aos excessos fanáticos.
    Bjs!

    ResponderExcluir
  8. Hoje acredito nisso tbém, mas no passado acreditava na bobagem que isso possa parecer, inclusive no filme matrix o arquiteto fala de um aspecto que precisava ser introduzido no programa para que o ser humano pudesse existir para gerar bioeletricidade para alimentar as máquinas,que ele chamou de quintessência da bobagem ou coisa assim que era a" Esperança", acredito que a religião entre nesse rol, já que estimula todo um outro lado do cérebro e as vezes vai contra toda lógica dos acontecimentos lineares. Bjs.

    ResponderExcluir
  9. Marinho:

    Fico pensando que é preciso uma certa vivência para entender as sutilezas da alma humana e poder ser um revolucionário mais inteligente. O tempo, para quem o aproveita, traz sabedoria e com ela a compaixão. Celebremos então! Xero!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Oi queridos/das, adoro ler comentários, contribuam para o meu prazer! Obrigada.

Postagens mais visitadas deste blog

Na Raiva dizemos a verdade?

Inveja – Alguém que lhe imita está com inveja?

Sobre criação de realidade