Coragem de ser você



A @THistorias, amiga do Twitter e leitora do Múltiplas, sugeriu dois temas para eu falar aqui. O primeiro é “coragem de assumir nossas vontades e desejos, enfrentar o medo. Ter coragem de fazer e sermos nós mesmos, mesmo sendo desaprovado pelos outros.” Tema crucial para nossa felicidade.

Quando eu estava na faculdade de Psicologia, passamos por um experimento interessante, para testarmos a força da pressão de um grupo. Foram escolhidas nove pessoas, oito sabiam do experimento, uma estaria totalmente sem conhecimento. Esta se sentaria na última cadeira e seria a última a responder uma pergunta. Foi colocada uma figura geométrica com vários traços, num quadro e a pergunta era quantos traços havia na figura. As primeiras rodadas todos diziam o número real de traços, todos concordavam. Num determinado momento as oito pessoas começaram a mentir quanto ao número visto e a cobaia começou a sentir-se desconfortável, pois via um determinado número quando os outros não “viam”, este teste foi realizado com algumas pessoas e a maioria sucumbiu à visão do grupo, mesmo sabendo que sua percepção era a certa. Elas não tiveram força para ir contra um grupo coeso, mesmo que este estivesse falando absurdos.

Penso que é o que acontece quando temos pouca coragem de sermos nós mesmos. Assumir-nos, significa ficarmos diferentes, anormais e o grupo prefere normatizar, igualar. Já falei sobre isso no texto “Ser normal ou Ser Feliz”. Temos necessidade de sermos apoiados, aprovados isso nos deixa seguros e confortáveis. E o grupo apóia quem age dentro de uma norma, pois é mais fácil de confiar, saber como as pessoas podem reagir e controlar as situações. O diferente, único, assusta, pois não é previsível.

Ter coragem de ser único é vital para felicidade, mas provoca desconforto da desaprovação grupal, é um preço a pagar. Ainda vivemos em bandos, não saímos totalmente do mundo animal, temos raízes fortes neste modo de operar. Por isso poucos conseguem colocar os “cornos para fora e acima da manada”.

Para quem já está aí, parabéns! É o que eu chamo de liberdade, mas, como tudo nesta dimensão, tem um preço a se pagar, neste caso pessoas desaprovando e cobrando outro comportamento. No entanto, sabe o que mais? Eu acho que vale a pena!

Namasté!

Próximo tema (Domingo) da @THistoria: “Amor próprio e auto valorização” no próximo texto

Leia também:
Quem quer ser feliz?
Perdas e Ganhos
Como nos educar?

Comentários

  1. É, Nanda, é mais fácil realmente seguir a "manada"...mas ao mesmo tempo é bem frustrante a gente não conseguir ser o que de fato somos. Também penso como você: vale a pena tentar fazer o esforço, mesmo que doa um bocado. Que estratégias você sugeriria para que alguém que quer começar a assumir o próprio ser em meio à manada não sofra tanto?

    Beijão!

    Sil
    esquinadasil.blogspot.com

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  2. Silvana:

    Você faz uma pergunta difícil...
    Mas acho que fortalecer a auto estima é um bom começo...
    Saber e sentir que não tem nada errado com quem é dá sustância para enfrentar a opinião alheia.
    Infelizmente eu não conheço outra técnica que não seja um processo terapêutico para desenvolver isso.
    Ele é uma reeducação para o se considerar.
    Acho que esse processo nos dá um escudo razoavelmente bom para levantar a cabeça para fora da manada.
    Fiquei feliz de lhe ver por aqui!
    Como vão as coisas em Brasília? Formigando imagino...
    Bjão!

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  3. Nanda, adorei! Valeu a espera!!
    Acredito que devemos sair dessa "eterna" condição de medo do que os outros irão pensar de nós... Chega né?
    Obrigada pelo texto, vou continuar aprendendo com vc!!
    Beijo,
    @THistorias

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  4. O preço que se paga às vezes é bem alto... mas ainda acho que vale a pena.
    Adorei!
    Beijos

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  5. Tata:

    Fiquei muito contente de vc ter gostado!
    Nós estamos saindo dessa condição devagar e sempre!
    Obrigada!!!
    Bjão!

    Mulher de 40:

    Eu também estou nesta turma.
    Obrigada!!!
    Bjão!

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  6. Olá,nanda

    Por analogia ser diferente é como estar à margem da lei.Vivemos como em uma tribo, ou aldeia e ir contra esses padrões 'normatizados ' e ser apontado como louco..

    beijos no coração

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  7. Rosana:

    Oi linda!Acho que é você por causa da despedida!...
    Quem fala muito bem disso é o Richard Bach em seu livro Fernão Capelo Gaivota.
    O Fernão foi expulso da tribo por ousar ser ele mesmo.
    Bjão!

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  8. Eu sempre me senti assim, fora dos grupos, também não me identificava com grupos. Na verdade nunca gostei de "pertencer". Venho de família de pessoas fora do padrão, muitos artistas. Além do mais cresci em BH sendo carioca. Lá as pessoas se conhecem por pertencer primeiramente a uma família que vem de alguma cidade do interior. Assim: Norminha? Norminha Pasquale da familia Pasquale Neto de Uberaba? Sobrinha do dr Alberto...
    Putz, minhas referências não correspondiam às exigencias de ser fulando do que e de onde.
    Casei com um mineiro, tenho 2 filhos crescidos e me separei.
    Relembrando, vejo que quanto mais me aproximava do que eu realmente era, mais o marido me estranhava e se afastava de mim. Nos separamos aos 25 anos de casados e vim morar no Rio de volta às origens.
    Isso tudo para dizer que só consegui ser "eu mesma" estando separada e morando sozinha.
    Sim. Essa que acorda todos os dias, sou EU. Bato no peito com orgulho e alegria. Tive muitas conquistas mas essa é a maior e talves a mais importante delas.
    Um processo de reinvenção e auto conhecimento que continua acontecendo, não para nunca.

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  9. Artigo relacionado: http://tinyurl.com/24x2gdy

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  10. Maria Amora:

    Fico feliz de vc poder ter o privilégio de se mostrar e viver bem com quem é! Essa é uma das melhores conquistas que fazemos na vida, acho eu.
    E não paramos nunca porque sempre estamos em movimento crescendo e transformando.
    Parabéns!
    Bjão!


    Manfredo:

    Obrigada!
    Bjão!

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  11. oi Nanda ! Gosto muito de seus posts especialmente este. Tenho procurado gostar de mim como sou aos " trancos e barrancos"e auxiliada por muita terapia. Aprendi um pouco mais com você hoje! Obrigada!

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  12. Realmente a vida nos impõe determinadas atitudes,como se tivermos uma opinião diferente das outras pessoas estaremos desfazendo o normal.Mas temos que respeitar também nossos pontos de vista,mesmo discordando da grande maioria.

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  13. Sandra Rosa:

    Verdade! Não é fácil, mas é nosso dever!
    Bjão!

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  14. Um lindo e belo texto amiga. A coragem de sermos nós é uma grande aceitação de nós mesmos.
    Sem esta coragem não chegaremo a lugar algum.
    Precisamos estar sempre nos encorajando para conseguimos realizar o que queremos.
    Carinhosamente,
    Sandra

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  15. Projeto ser:

    Obrigada!!!
    Re-aprender a gostar de si é quase uma obrigação de saúde para a gente.
    Que bom ter podido colaborar com isso!
    Bjão!



    Sandra:

    Obrigada!
    Sermos nós mesmos é nosso único dever, pena que ainda precisamos de coragem para isso...
    Bjão!

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Oi queridos/das, adoro ler comentários, contribuam para o meu prazer! Obrigada.

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