Cada cabeça um país



Se pensarmos bem, entenderemos que cada pessoa é uma representação de um país, com cultura, valores e principalmente linguagem própria. Acredito que, em parte, por isso é tão difícil se relacionar com pessoas. Ouço muito a frase “ele/ela é totalmente diferente de mim!”, isso vindo de casais principalmente.

Será que nunca ninguém foi além dessa frase? Perguntas como: Porque, ou como, ele/ela é diferente? O que o faz diverso? Como me relacionar com essa diferença? Quando foi que comecei a perceber isso? E quando foi que isso começou a me incomodar... São perguntas simples, mas que não ouço. O que escuto é a constatação de que é diferente e, portanto é incômodo e ponto final. Ah! E que o outro deveria mudar...

Daí olham para mim, como se eu fosse sua aliada contra o inimigo e por isso darei justificativas e argumentos científicos para persuadir o outro a mudar. Ainda não vi ninguém chegar e dizer, quero elaborar estratégias para conviver com este ser diferente!!

Cada um tem uma linguagem particular, com significado próprio, que podem gerar muita confusão. Vivemos, às vezes, vinte anos com alguém, sem nunca nos ocuparmos de fazer um dicionário. Quando vamos a outro país, de língua diferente do nosso, temos o trabalho de aprender palavras para melhor nos comunicar. Num casamento não temos toda essa diplomacia. Esperamos que o amor resolva. Gente! O amor não resolve, coitado! Ele só faz a liga, o resto é com a inteligência.

Já me ofendi e ofendi muito meu parceiro só por não ter tido este cuidado. Alguns gestos, conceitos que são próprios da minha cultura familiar, simplesmente eram uma tremenda gafe para a cultura dele. E então o que fazemos neste caso? O mais comum é ter a mania de perseguição, começamos a achar que o outro faz de propósito para nos machucar. E o outro pensa o mesmo da gente. O resultado disso chama-se ressentimento, um ódio velho daquele que juramos amar. Então esquecemos que ele/ela tem qualidades e só enumeramos defeitos. Depreciamos mesmo!

Ficamos de má-vontade, cansados de tanto tentar fazer dar certo. Mas nunca questionamos nossos métodos. Queremos mesmo é que o outro se adapte a nós, não foi isso que ele/ela prometeu???!!! E não é isso que é amor??? Deixamos de ser dois indivíduos e passamos a ser um ente só, sem diferenças, sem dificuldades? Engolimos essa lorota e queremos, a fim na força, executá-la. Tolos somos nós...

Sugiro constatar que o outro tem uma língua própria e criar um dicionário para se comunicar melhor, somos todos diplomatas no relacionamento, precisamos aprender a cultura do outro. Amar dá trabalho, quem não quiser se esforçar fique solteiro. Vamos aprender a expressar afeto! Na língua certa!!!

Namasté!

Leia também:
Amar certo
Um novo casamento

Comentários

  1. Eu quero elaborar estratégias para conviver com este ser diferente! :)

    ResponderExcluir
  2. Brasil na Itália:

    Muito bem!!!!
    Acho esta uma sábia decisão!!
    Mãos à obra então! Estude primeiro quem é este outro e o que vc precisa fazer junto com ele que lhe dá problemas, a partir daí vc vai testando técnicas de aproximação.
    Bjs!!!

    ResponderExcluir
  3. Pra tudo temos que ter RESPEITO, se bem que na hora da briguinha, esquecemos tudo,rssr Mas pra conviver bem temos que deixar falar o amor que é universal...beijs,lindo feriado,chica

    ResponderExcluir
  4. Olá, nanda

    Adorei a analogia entre cabeça e país..

    Ah,a velha convivência nem sempre consiguimos fazer a leitura da pessoa,acho que como diplomata ainda sou um desastre,são tantas gafes, mas tento superar essa minha inabilidade com doses de dialógo..

    Beijos no coração!!

    ResponderExcluir
  5. Oi Nanda,
    Obrigada pelo retorno.
    Cada dia damos um pequeno passo.
    Até a próxima,
    Um abraço,
    Barbara

    ps. Chica, que bom encontrar vc por aqui. Um bjo para vc tb!

    ResponderExcluir
  6. Parabéns pelo o texto maravilhoso, Nanda. Eu concordo com seu modo de pensar, e não tenho nada mais a dizer. rsrs Beijins

    ResponderExcluir
  7. Brasil na Itália:

    Foi um prazer!
    De pequeno passo em pequeno passo alcançamos grandes distâncias!
    Bjs!


    Auddumy:

    Obrigada!!
    Que bom, parece que sobre isso eu falei tudo, hein? Ficou completo pelo menos para vc! rsrs
    Bjs!

    ResponderExcluir
  8. Rô:

    Eu não sei o que aconteceu, mas tinha certeza que havia comentado seu post...
    Vamos lá, atrasado, mas de coração!
    Também acho uma boa analogia, fica mais fácil compreender o outro assim.
    O exercício do diálogo é justamente o exercício diplomático, conversar requer a capacidade de entender o ponto de vista do outro. Senão fica um monólogo! rsrsr
    Xero!

    ResponderExcluir
  9. Chica:

    Parece que o mesmo aconteceu com vc... (ver acima com Rô) Minha cabeça vive nas nuvens... rsrs
    Perdão!
    Acho que se deixássemos o amor fluir mesmo daria certo, o problema é que nosso amor é meia bomba... rsrs é cheio de vaidades e narcisismos, medos e traumas.
    Aprender a respeitar-se é o primeiro passo para respeitar o outro.
    Bjs!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Oi queridos/das, adoro ler comentários, contribuam para o meu prazer! Obrigada.

Postagens mais visitadas deste blog

Na Raiva dizemos a verdade?

Inveja – Alguém que lhe imita está com inveja?

Sobre criação de realidade